segunda-feira, outubro 17

por mim, tudo bem...



"... mas o teu amor me cura / de uma loucura qualquer / é encostar no seu peito ... / e se isso for algum defeito, por mim tudo bem ... " (*)

Vai por ali. Não. A porta fechada. Senta. Desespero? Talvez. Se se permitir. Mas ainda não é a hora. Caminha mais um pouco. Cansada. Mas tenta. Ainda. Ao longe, mais um caminho. Segue. Esperança. Agora vai. Sente. A porta. Para o nada. Também não. Desânimo. Corre. Corre. Corre. Fugir, quem sabe. Desistir. Mas não. Ainda não. Caminha. Pés, cansados. Dói. Respira. Fundo. Esperança, ainda. Quem sabe? É possível. É preciso acreditar. É possível. Ainda. Outra porta. É essa. Tem que ser. Passos pequenos. O medo, agora e sempre o medo. Hesita. Mas abre. Também não. Também nada. Também vazio. Chega. É o fim. Não pode mais. Desistir. É preciso também. Quando chega a hora. Desistir. Senta. E chora. E chora. E chora. Não quer deixar para trás. Não quer olhar para a frente. E chora.
A mão. Estendida. Tentar mais uma vez. Mais uma vez, quem sabe. O toque. A força. A esperança. O amor. Ainda. O amor.
Os passos. Juntos. Não mais sozinha. Agora pode. Com ele, pode. Sabe que pode. A força. O amor.
A porta. Ao longe, mas é. A porta. É agora. Sabe, sente. Sente, sabe. Não teme, confia. É esse o caminho. Esse, o que procurava. Essa a porta. Essa a saída. Essa a solução. O amor.

Encontrei o caminho. Encontramos. Acho. Não, não acho. Sei. E acredito. Agora sim.
Como é bom respirar fundo e sentir a vida.
Sim, está tudo bem.
Tudo bem.

(* Lulu Santos, em "Tudo Bem")