sexta-feira, fevereiro 24

volta às aulas



Após um longo (porém não tenebroso) recesso para gravidez, parto e dedicação às pimentinhas, voltei hoje às aulas na faculdade.
História da Literatura Francesa e Introdução à Literatura Alemã.
Uma delícia voltar a pensar literatura, movimentos, estética, personagem, tempo, espaço.
Para esse semestre, uma massa tipo biscoito fino mistura Rabelais, Montaigne, Voltaire, Rousseau, Racine. Pitadas de Auerbach aqui e ali.
A cereja no bolo: Kafka e Brecht.
Isso tudo, e ainda duas carinhas bochechudas e sorridentes me esperando na volta para casa.
Definitivamente, eu sou uma pessoa de sorte.

terça-feira, fevereiro 21

eu e o photoshop



Uma brincadeirinha para relaxar depois de pegar fila em banco, pagar uma fortuna de táxi, ser tratada com descaso no posto do INSS e pastar no trânsito do centro de São Paulo, isso tudo com duas bebês a tiracolo, num esforço infrutífero para receber uma miséria de salário-maternidade.
Sim, esse é o nosso país.

segunda-feira, fevereiro 20



Um passo. E outro. E outro. E mais outro.
Aos poucos, sem pressa, sem atropelo. Assim mesmo, um passo de cada vez.
É um caminho longo, tem curvas, tem desvios.
Mas assim, devagarzinho, no nosso tempo, tropeçando aqui e ali mas levantando sempre, a gente chega lá.
Todo caminho começa com um primeiro passo, afinal.

sexta-feira, fevereiro 17

eu e a louraça belzebu


Recebi de uma amiga a indicação de um site onde você coloca uma foto sua e descobre com que celebridade mundial se parece. O site usa para isso a correspondência de pontos na face. Aquela que mais pontos em comum tiver com você, bingo! É seu clone perdido pelas esquinas da fama.

Pois bem. Fui lá, coloquei uma foto minha, dei OK e esperei. Mas a surpresa que viria eu jamais poderia imaginar. Imaginem vocês que meu clone famoso é ninguém mais, ninguém menos que... Pamela Anderson!!

Dá pra imaginar? Essa nem eu esperava...

Deixo nas mãos de vocês: há semelhanças? Fomos, de fato, separadas na infância?? (e eu, por ironia do destino, fiquei com o cérebro dela de brinde... hehehe... êta, maldade!)

Pelo menos uma vantagem sobre a louraça Baywatch eu tenho: meus 'airbags', se é que me entendem, são 100% originais. ;o)

O site apresentava ainda duas outras celebridades com quem eu, segundo a lógica lá deles, me pareço. Dessas, eu já gostei. Uma Thurman e Audrey Hepburn.

Aguardo opiniões. Quem, afinal, é meu 'outro eu' perdido pelo mundo??

quarta-feira, fevereiro 15



Caminhos são caminhos.
A gente escolhe, opta, trilha. Cai, levanta. E prossegue.
Caminhos sempre nos levam a algum lugar.
Nem sempre ao lugar onde pensávamos em chegar, mas sempre a algum lugar.
E sempre se pode parar no meio do caminho e voltar atrás, para escolher um caminho diferente.

Mas tem os labirintos.
Quando a gente se perde num caminho que nem lembra direito como começou, e tenta voltar atrás para recomeçar, mas não consegue.
Não importa para que lado se vá, acaba voltando sempre para o mesmo lugar.

Andar em círculos cansa.
Estou precisando encontrar a saída. Para começar tudo de novo.
Só não sei como.
Ainda. Mas vou descobrir.

terça-feira, fevereiro 14



a estrela cadente
me caiu ainda quente
na palma da mão
*

... e eu?
queimei-me.
segundo grau, talvez
então, ainda há esperança.


* haicai de Paulo Leminski

sexta-feira, fevereiro 10

Yes, nós temos...

Eu tenho franja. Tenho, sim senhor.

Para os desavisados, a afirmação pode parecer banal e sem sentido.
Mas para mim é uma sensação totalmente nova. E que eu estou curtindo à beça.

Todo mundo que tem cabelo ondulado, cacheado ou crespo deve entender do que estou falando. A gente vê aqueles lindos cortes com franja assim e assado, fica cheia de água na boca, mas na hora da verdade... vai fazer pra ver: fica uma caca só.
Antes que eu seja mal compreendida, é bom esclarecer: eu não tenho a menor vontade de trocar meus graciosos cachinhos por longas madeixas lisas.

Bom, verdade seja dita, quando eu tinha lá meus 13, 14 anos, era um poço de insegurança e achava que a grama do vizinho (da melhor amiga, no caso) era sempre mais verde, eu sonhava, sim, com um cabelão liso, bem escorrridão mesmo, a la Malu Mader.
Só que eu cresci, minha auto estima também, e passei a achar que o cabelo ondulado combinava comigo. Tinha o meu jeito, a minha cara. Traduzia a minha personalidade.

O fato é que a equação cabelo ondulado + franja raramente resulta em coisa boa. Pra mim, nunca deu. Minhas experiências de corte com franja foram, até hoje, trágicas. Para dizer o mínimo. Se alguém duvidar, basta perguntar aos que me conhecem há mais tempo sobre a minha fase 'maria escandalosa'. Esclarecimentos, só em pvt, que humilhação pública tem limite.

Pois eis que agora, com 27 anos nas costas (!), mãe de família (!), já encaminhada na vida (!!!), olho-me no espelho e descubro uma grata surpresa: eu tenho franja.

Parece (e venho confirmando por experiência própria) que a tempestade de hormônios da gravidez e do pós parto provoca, em algumas mulheres, alterações na estrutura dos fios.
No meu caso, a gravidez me trouxe de presente uma linda franjinha.
E eu estou achando um barato. Adorando ter ganho uma cara nova de presente.

Em tempo: meu cabelo (graças!) continua onduladinho, apenas tem crescido com a raiz mais lisa e ficado ondulado mais para as pontas. Não, não será dessa vez que terei meus cinco minutos de Malu Mader (cujo cabelo, aliás, descobri há pouco tempo que não é liso natural, uma decepção que só curarei com anos e anos de terapia).

Essa, acho que só na próxima encarnação.
Ainda bem.

PS: para os curiosos, foto da franja no fotolog: http://oseuseosoutros.nafoto.net


quinta-feira, fevereiro 9



se você vier
pro que der e vier
comigo
eu te prometo o sol
se hoje o sol sair
ou a chuva
se a chuva cair

se você vier
até onde a gente chegar
numa praça na beira do mar
um pedaço de qualquer lugar
nesse dia branco
se branco ele for
esse tanto
esse canto de amor


se você quiser e vier
pro que der e vier
comigo

Meu fundo musical, esses dias.
Pequenas e doces palavras que me batem direto na alma. Ando compreendendo tão bem seu sentido que chega a doer aqui dentro.

Tô precisando demais que você venha comigo. Pro que der e vier.
Demais.



Letra: 'Dia Branco', de Geraldo Azevedo

quarta-feira, fevereiro 8

pitada de sarcasmo...



A mensagem de hoje no MSN de uma amiga:

"O Ministério da Saúde adverte: enxugue-se bem após o banho, pois o mosquito da dengue se reproduz em pneus molhados."

Ô, maldade...

terça-feira, fevereiro 7



Se às vezes me pergunto para onde levará meu caminho, e meus passos tornam-se relutantes, é porque sou humana, e não tenho medo de reconhecer a infinitude do que ainda não sei.
Se às vezes sento e choro, sem vergonha e de alma exposta, é porque minha couraça de força e segurança esconde uma pequena menina tímida, ansiosa por lançar-se ao mundo, de cabeleira desgrenhada solta ao vento, mas que por vezes deixa-se amedrontar diante da fúria do mundo.
Se às vezes tenho vontade de cantar, de dançar, de pular amarelinha e ser criança novamente, é porque não me canso de acreditar, e insisto em manter dentro da alma um cantinho seguro para alimentar minha esperança.
Se às vezes escureço, anoiteço e me escondo, dando as costas a tudo o que me cerca, é porque sou muito, mas não sou tudo, e os dias, vez ou outra, atropelam-me sem piedade.
Se às vezes digo o que não penso e penso o que não digo, é porque nem sempre tenho as palavras certas. E, quando as tenho, às vezes falta-me a coragem para transformá-las em algo mais que palavras.
Se às vezes me calo e deixo que o silêncio me tome em seus braços e baile comigo por suas esquinas secretas, é porque também fico sem ar, e preciso parar para tomar fôlego de tempos em tempos.
Se às vezes recuo, me encolho no canto e me deixo acuar feito bicho assustado, é porque há coisas no mundo e atitudes nas pessoas que me ferem fundo, e com as quais eu não consigo nem quero me acostumar.
Se às vezes solto palavras sem sentido e desisto de me fazer entender, é porque descobri, em alguma curva do meu caminho, que nem tudo nesse mundo foi feito para significar. Algumas coisas vieram para apenas ser.
Se às vezes me solto ao sabor do vento, sentindo o gosto suave da liberdade de quem se permite, e vivo minhas linhas e nuances sem pudor de ser quem eu sou, é porque ainda resta em mim o que sempre tive de melhor: o desejo de ser eu mesma.
Se estou aqui hoje, já não sei bem como nem porquê. Sei que sou, mas isso é apenas uma parte do que desejo saber.
Se tenho orgulho e guardo com carinho o sabor de cada passo impresso na minha estrada, é porque neles pus e ponho meu coração, e não sei trilhar caminho algum sem que cada passo seja vivido como se fosse o último.
Se vou sorrir ou chorar, é porque cada coisa tem de ser vivida a seu tempo.
Sem pedir licença, nem desculpas.
Apenas ser. O que sei.
E o que não sei.
Que, aliás, desconfio que seja a melhor parte.

segunda-feira, fevereiro 6



Vou falar nada, não. Pelo menos não por hoje.
Vou só ficar aqui quietinha, tentando ouvir o som da minha respiração.
Quem sabe descobrir como soa o meu silêncio.
Com sorte, eu encontro as respostas que preciso tanto encontrar.
Se eu tiver coragem de me abrir. Se eu tiver coragem.
Se. Elas virão.
... virão?

sexta-feira, fevereiro 3



Estou saudável.
(reparem na sutileza do verbo: não sou, estou.
a gente tem que ter consciência dos próprios limites, ora bolas!)
Muita água e suco natural.
Muita folha, muito legume.
Pouca massa.
Nada, nadinha mesmo, de doces.
Bolacha? Água e sal.
Respirando fundo. Ar não muito puro, mas tá valendo.
Não se pode ter tudo na vida, afinal.

quarta-feira, fevereiro 1



Sete mil vezes
eu tornaria a viver assim
sempre contigo
transando sob as estrelas
sempre cantando a música doce
que o amor pedir pra eu cantar


noite feliz
todas as coisas são belas

sete mil vezes
e em cada uma outra vez querer
sete mil outras
em progressão infinita
quando uma hora é grande e bonita assim
quer se multiplicar
quer habitar
todos os cantos do ser
quarto crescente pra sempre
um constante quando
eternamente o presente você me dando

sete mil vidas
sete milhões e ainda um pouco mais
é o que eu desejo
e o que deseja esta noite
noite de calma e vento
momento de prece e de carnavais
noite de amor
noite de fogo e de paz

Se hoje eu tivesse que, novamente, te dizer que sim, eu diria. Diria cem vezes, mil se preciso fosse. Repetiria infinitamente até que o vento levasse minha voz aos quatro cantos e não houvesse um pedacinho de mundo sequer onde se pudesse negar tal verdade: sim, eu sou tua.
Sou tua porque quero, não porque preciso. Digo-te 'sim' a cada dia do alto da minha liberdade, de minhas asas de pássaro livre que voa pela imensidão do infinito, mas cultiva secretamente o inconfessável desejo de criar raízes.
Sou tua porque permites minha dicotomia: voar livre e pertencer. A um só tempo. Só alguém como tu teria a grandeza de acolher tamanho paradoxo.
Sou tua porque me possuíste no instante exato em que puseste teus olhos sobre os meus. Instante mágico em que nossas almas se reconheceram, e suspiraram aliviadas por sentir-se em casa após uma longa jornada distantes.
Sou tua porque compartilhamos um mundo que é só nosso. Um mundo onde as únicas regras possíveis são as ditadas por nossos próprios passos, por nossos erros e acertos. Onde o certo e o errado já não fazem mais sentido, porque apenas nós compreendemos um ao outro.
Sou tua porque és meu. Porque nenhum outro seria tão meu. E nenhum outro saberia ser meu como tu sabes.
Sou tua porque meu corpo reconhece teu toque. E se aninha seguro entre teus braços, ciente de haver encontrado sua morada definitiva.
Sou tua porque nossas histórias só fazem sentido juntas. Porque meus passos só conduzem a algum lugar quando caminham junto aos teus. Porque nossa estrada é conjunta, e só há vida se estou ao teu lado.
Sou tua porque cada gota de meus pensamentos pensam em ti. Porque cada segundo do meu dia é dedicado a querer-te mais e mais. Porque cada passo da minha vida só vale a pena se me leva até você.
Sou tua porque juntos criamos duas vidas. Duas pequenas e doces vidas, que nos alimentam e dão sentido. Que multiplicam um amor que já antes chegava aos limites do improvável. Duas lindas pessoinhas que vieram ao mundo para nos ensinar a ser quatro, quando os limites de nós dois já não bastavam para abrigar a infinitude desse sentimento.
Sou tua porque para isso vim ao mundo. Porque teu amor, teu olhar, teu sorriso são meu alimento. Matam minha sede, dão-me forças. Sem você, minguo. Desisto.
Sou tua porque é apenas assim que sei existir. Meus traços se desenham sobre as linhas da tua mão, e é só assim que fazem algum sentido.
Sou tua porque nasci tua. Existi tua minha vida toda, mesmo sem saber.
Sou tua porque sou. Tua. Toda.
E sete mil vezes mais, seria tua.
Infinitamente, seria tua.
Para sempre, serei tua.



PS1: Além de nosso aniversário de casamento, hoje é também aniversário de uma grande pessoa, querida demais, minha madrinha do coração Fá. Lindona, tudo de bom, que essa nova idade te traga só coisas boas. Te desejo o mundo, cheio de cor, som e fúria. E um pouquinho de tranquilidade também, que de vez em quando é bom...
PS2: fotos novas no fotolog (http://oseuseosoutros.nafoto.net). Um dia eu tomo vergonha e atualizo aquela geringonça com mais frequência... :OP
Letra: 'Sete mil Vezes', de Caetano Veloso