quarta-feira, março 29



'Uma escola que compreenda como os saberes são gerados e nascem. Uma escola em que o saber vá nascendo das perguntas que o corpo faz. Uma escola em que o ponto de referência não seja o programa oficial a ser cumprido (inutilmente), mas o corpo da criança que vive, admira, encanta-se, espanta-se, pergunta, enfia o dedo, prova com a boca, erra, machuca-se, brinca. Uma escola que seja iluminada pelo brilho dos inícios.' *

Tirei daqui.
A leitura desse livro está sendo uma experiência de vida. Não, não é exagero, não. É maravilhoso encontrar eco dos nossos sonhos sendo pensados e vividos por aí afora, saber que não estamos sozinhos na tentativa de nadar contra a corrente nesse mundo todo errado. É bárbaro descobrir que o seu ideal existe, e é possível.
Para saber mais sobre Rubem Alves, visite esse site.
Para saber mais sobre essa escola, dê um pulo aqui.

Sempre sonhei, e é fantástico descobrir que existe. Dá um calorzinho gostoso na alma e uma sensação acolhedora de aconchego, de cumplicidade.
É possível. Sim.
Bom demais saber disso.

* Rubem Alves, in: "A escola com que sempre sonhei, sem imaginar que pudesse existir"

segunda-feira, março 27

conta a do papagaio!



Esse final de semana não foi fácil. Sufoco total.
Primeiro uma pimentinha doente, depois a outra. Uma noite acordada com uma, outra noite acordada com a outra. E assim vamos indo.
Ana Luz hoje tá rouca, derrubadinha, olhinhos vermelhos e lacrimejantes. Ô, dó.
Eu? Tive um princípio de gripe, mas acho que meu corpo caiu em si e se deu conta da realidade. Mãe de gêmeas doente? Eita, piada boa essa!!

sexta-feira, março 24

o contrário do medo



Eu vou viver.
É tudo que é preciso, eu vou viver.
Há perigos, eu sei, mas eu vou viver.
Os tropeços são da vida, e eu vou viver.
O que vier, eu vou viver.
Não há o que me proteja.
E se houvesse eu não queria, eu quero viver.
O meu medo, eu aprendo a superar.
Eu questiono, eu hesito, eu cambaleio.
Mas eu sigo. Que esse é o meu sentido.
Posso cair e me machucar, posso chorar e até desesperar.
Mas a volta por cima é sempre o meu modo de recomeçar.
É a vida o que eu quero. Quero as cores, os amores e os poréns. Quero o que estiver aqui e o que estiver além. Quero tudo intenso e claro, quero o fácil e quero o raro, é só assim que eu sei viver.
Sempre e a meu modo, eu vou viver.
Linda, triste, colorida ou como vier.
É a vida, é bonita, e eu vou viver.

terça-feira, março 21

é bonita e é bonita...


Respirar fundo e sentir a vida.
Pisar o chão e viver da terra.
Tocar a pele e amar o outro.
Ouvir, ser ouvido e dar-se de fato.
Sentir saudade, estender a mão e tocar o que se foi.
Abraçar forte e ter proteção.
Beijar a boca e tornar-se um.

Coisas simples. Coisas lindas.
Coisas tão importantes.
Pequenas coisas, que fazem toda a diferença.
Como é bom.
E como eu estava precisando disso.

sexta-feira, março 17


Tem caminhos na vida que são engraçados. Porque quando acontecem, e a gente não está preparado para compreender, têm toda cara de desvio. E a gente fica assim, meio triste, decepcionado. Porque acha que está perdendo o rumo e se desviando do que a gente quer de verdade.
Mas nem sempre é assim. Alguns caminhos levam a gente a estradas inesperadas, mas que vão dar exatamente onde a gente estava querendo chegar. É que, muitas vezes, a gente tinha mesmo era escolhido o caminho errado - que podia até ser o certo pra outros, mas não pra você - sem nem se dar conta. E estava se desviando sem desviar. Caminhando no caminho certo pra chegar no lugar errado.
A sorte que alguns têm é que a vida dá uns nós, revira as coisas de cabeça pra baixo e dá uma ajeitada boa pra tudo acabar saindo conforme o que a gente queria.
Tudo bem, não é sempre que acontece. Mas quando acontece, é bacana de dar gosto. Dá uma sensação gostosa de ser regido por uma força maior, que nunca deixará de cuidar para que tudo acabe dando certo no final.
Eu sei que não dá. Nem sempre.
Mas é gostoso ter, por um momento, essa sensação. Como se de repente o mundo voltasse a ser um lugar seguro, compreensível, harmônico, onde todos os caminhos obedecem a uma ordem superior e onde, por mais que não pareça, tudo o que acontece leva sempre a um final feliz.
É isso. Acreditar no final feliz. Como nos contos de fadas. Como criança, acreditar.
Acho que era disso que eu estava precisando.
E esse gostinho é doce. Tão doce quanto a coisa mais doce. Tão doce quanto sonho que a gente sonha na infância, de alma limpa e coração verdadeiro.
Tão doce quanto aquele futuro que a gente só ousa imaginar. Que constrói no sonho e pendura na parede, como forma que não foi feita para acontecer.
Mas acontece, quando a gente não perde a coragem de acreditar.
Acontece, e é.
Doce, muito doce.

quarta-feira, março 15

beija eu


Em uma andança meio sem compromisso pela net encontrei esse site. Uma gostosura só. Cada imagem bonita. Umas doces, outras sensuais. Umas poéticas, outras intrigantes.
A foto aí de cima, por exemplo, peguei de lá.
Tem beijo de todo jeito. Beijo de carinho, de amizade, de tesão. Beijo de reencontro, de despedida. Beijo na boca, na bochecha e em lugares pra lá de criativos. Beijo de amor, beijo de amigo. Beijo roubado, beijo compartilhado. Beijo, beijo, beijo.
Delícia. Fiquei vendo os arquivos, saboreando cada foto. Deu uma vontade... saí correndo e sapequei um beijo bem molhado nas minhas pimentinhas. Só não dei um beijo daqueles de novela no Re porque ele não está aqui, e beijo virtual até é possível, mas não tem a menor graça.
Pra quem estiver a fim de uns momentos de delicadeza para colorir o dia, dá uma passada lá.
E, aos meus queridos, aqueles de perto e de longe: sintam-se todos linda e carinhosamente beijados. Hoje e sempre, aliás.

terça-feira, março 14

Se me perguntarem qual é o meu maior defeito, não vou precisar nem de tempo para pensar. Tenho a resposta na ponta da língua: minha insegurança.
É uma coisa que venho tentando vencer, desde há muito tempo. Uma batalha nada fácil, disso eu sei muito bem. Mas até que tenho tido algumas vitórias. Acredito muito mais em mim hoje do que acreditava há dez anos. Vixe. A diferença é descomunal. Se eu contasse, diriam que são duas pessoas diferentes. E na verdade são.
Mas em certas situações, eu me distraio, baixo a guarda e ela vem. Passa-me uma rasteira daquelas e eu caio direto, de cara no chão. Os danos são grandes, mas não irreparáveis. Que levantar e dar a volta por cima é meu lema de vida, e disso eu não abro mão.
Um dos meus grandes desejos de vida é superar essa sombra, essa nuvem cinzenta que se abate sobre mim em momentos de fragilidade. Que me faz sentir menos, menor. Que me oprime e me aperta o peito, de tal forma que chega a faltar-me o ar e a vontade de me encolher e esconder fica maior do que todo o resto.
Um dos meus grandes desejos é mirar a vida e os outros de frente e poder sentir-me eu mesma. Apenas isso: eu mesma. Sem equivalências, sem comparações. Eu, comigo. Não melhor, pior, mais ou menos que ninguém. Apenas eu mesma, embriagada de meu próprio infinito.
Alguns passos eu já dei, outros venho dando. Mas a estrada que tenho pela frente ainda é jornada para muito tempo.
Só que eu sei que chego lá. Sim, nisso eu acredito, e acreditar já torna a caminhada mais suave, mais doce, mais florida.
Estar aprendendo a dar cada passo sem olhar para o lado pedindo aprovação já é uma grande coisa para mim. Estar aprendendo a conhecer, aceitar e abrir os braços para quem eu sou, também. É um presente divino. Batalhei por ele, mas nem por isso deixa de ser um presente. E nem por isso deixa de ser divino.
Eu consegui. E me foi dado. Mas só me foi dado porque eu consegui.
E muito mais ainda hei de conseguir.
E muito, muito mais há de me ser dado.
Simples assim.
Simples, e lindo.

quinta-feira, março 9

Hoje gravamos entrevista para a TV Record, que vai levar ao ar uma matéria falando da rede Parto do Princípio, da qual falei ontem aqui.
Muito bacana, o movimento está repercutindo, as coisas estão caminhando. É muito bom ver nosso trabalho dando frutos, nossa voz sendo ouvida. Estamos todas muito felizes.
Acreditem ou não, gravei a entrevista com as duas pimentinhas mamando, uma em cada peito. Fazer o quê, se elas resolveram estressar bem na hora de gravar?
Quem ainda não visitou o site, faça o favor! Tá facinho, facinho, bem aqui.
Quem se interessar em assistir a matéria, passa amanhã, no programa 'Tudo a Ver', que vai ao ar às 18hs.
Bacana, tanta coisa acontecendo. Fico feliz demais de estar participando disso tudo.
Feliz demais. Demais, mesmo.

PS: meu irmão finalmente se rendeu e criou um blog. E ontem fez uma homenagem tão linda para mim (não só para mim, mas também para mim) que fiquei passada. Pra quem quiser dar uma espiada (e aproveitar pra ver como eu era com os cabelos compridíssimos e cacheados), o espaço dele é esse aqui.

quarta-feira, março 8


Sou uma mulher entre mulheres. Sempre fui. As grandes presenças e influências que fizeram de mim boa parte do que sou hoje são de mulheres. Mulheres fortes, mulheres grandes, mulheres guerreiras. Mulheres mulheres, mesmo. Que fazem jus ao título.
Sempre achei que uma das minhas grandes sortes na vida (sim, eu tenho muitas) era ter nascido mulher. Que os caminhos, para nós, são mais doces, embora nem sempre menos árduos. Que viemos ao mundo com o dom divino de compreender, de acolher, de acalentar. E não há dom mais precioso que esse.
Para nós, desde muito pequenas, tudo é instinto de proteção. Cada brinquedo, cada bichinho, cada boneca, vira um filho. Damos nome, contamos estória, fazemos carinho. Sem pudor, sem vergonha. Que a mulher tem essa sorte, não ter vergonha de querer bem. De acarinhar. Da doçura.
A mulher é casa, desde cedo. Não caseira, mas casa. Que são coisas totalmente diferentes. A mulher é lar, é porto seguro, é pilar. De ternura e de força. Ao mesmo tempo. Quer coisa mais poética, mais intensa, mais inteira?
A mulher é guerreira. Mas guerreia com o coração. Guerreia sem armas, guerreia com sentimentos. E não tem arma mais poderosa e transformadora que os grandes sentimentos.
É bacana demais estender a mão a outra mulher. Apoiar e ser apoiada. Ouvir e ser ouvida. Dar e receber colo. Porque há um tipo de relação de carinho, de cumplicidade, de amor que só se estabelece entre duas mulheres. E cuja magnitude só elas alcançam. Porque vai muito além, ocupa um espaço subjetivo cheio de entrelinhas que só quem compreende a essência do feminino consegue penetrar.
Ser mulher é ser tudo. Tudo junto, tudo ao mesmo tempo agora. Porque nosso bailado de passos delicados carrega um potencial infinito. Carrega um ventre criador, o dom da vida. E nada nos harmoniza mais com a energia criadora. Ou deus, como quiserem chamar.
Sou uma mulher entre mulheres. Fui e continuo sendo. E sou feliz demais por isso.
Minha avó, minha mãe, minhas filhas. Minhas amigas-irmãs. Minhas companheiras de jornada.
A cada uma delas eu gostaria de sussurrar baixinho, com a delicadeza de que só as fêmeas são capazes: 'feliz dia das mulheres'.
Infelizmente, nem todas posso alcançar. Objetivamente, pelo menos.
Mas sei que o afago doce de minhas palavras lhes alcança. Onde quer que estejam.
E diz tudo o que deve ser dito.
Feliz dia.
Feliz, mulher.


PS: Está no ar o site "Parto do Princípio - Mulheres em Rede pela Maternidade Ativa". Um lindo movimento pensado, elaborado e concretizado por mulheres, do qual tenho orgulho de fazer parte. A idéia é formar uma rede de apoio a mulheres que desejam viver suas gravidezes, partos e maternidades de forma ativa e consciente. Dêem uma olhada, o site está lindo. Tem muita coisa boa por lá.

terça-feira, março 7

olha o passo das pimentinhas

Sim, é fato.
Há menos de dez meses, elas curtiam dar suas cambalhotas no quentinho da minha barriga.
Hoje, descobrem as maravilhas de ver o mundo do alto - o alto delas, é claro.
As pimentinhas já ficam de pé. Quando conseguem, morrem de rir, comemoram sob os olhares envaidecidos da mamãe coruja, cambaleiam e, finalmente, caem de bunda no chão. Um barato.
E eu, cada vez mais satisfeita de poder acompanhar cada detalhezinho da evolução das minhas meninas. Cada vez mais convencida que não há coisa mais bacana de se fazer no mundo que criar um filho. Dois de uma vez então, é melhor que ganhar na mega-sena.


(Estrela)

(Ana Luz)

(Estrela ao fundo, Ana Luz à frente - atentem para o detalhe da mãozinha da Estrela sendo engolida pelo videocassete!)

segunda-feira, março 6

cheia de manias e toda dengosa



Mania. Taí uma coisa que todo mundo tem. Uns mais, outros menos. Umas mais excêntricas, outras bem comunzinhas. Mas que tem, tem. Pode apostar.
A Lu, do Ventania, acaba de expor por lá suas maiores manias. E me passou o convite para fazer o mesmo aqui no 'outros eus'.
Bom, manias eu tenho aos montes, milhares. Aí vão as primeiras que me vieram à cabeça:

1) juntar papéizinhos de todos os tipos - bilhetes, entradas de cinema ou teatro, recortes interessantes, cartas, anotações cotidianas... (tá, Lu, essa eu roubei de você, mas não foi trapaça não! Fazer o que se nós compartilhamos essa esquisitice?);
2) abrir um livro, uma revista, um jornal ou mesmo um rótulo qualquer para ler enquanto como (se eu estiver sozinha, logicamente, que mal educada é que eu não sou!);
3) enrolar o cabelo nos dedos quando estou distraída, reflexiva ou com sono;
4) rabiscar enquanto falo ao telefone, em geral escrevendo meu próprio nome ad infinitum;
5) falar sozinha, até mesmo no meio da rua, o que pode assustar transeuntes mais desavisados;
6) levar uma garrafa de água para a cama e deixar à mão para beber aos golinhos no meio da noite;
7) coçar a garganta fazendo um barulho que - sim, eu tenho consciência - é estranho e levemente assustador;
8) nunca passar em frente a uma livraria sem dar uma espiadinha e fazer uma anotação mental de - pelo menos - uns dez livros que não posso deixar de ler;
9) colocar no aparelho de som uma música que reflita meu estado de espírito no momento, programar o modo 'repeat' e ouvi-la nos limites do suportável - para mim e para quem estiver comigo;
10) comprar toneladas de brincos sempre que passo em uma dessas feirinhas de rua - o que, no meu caso, mais do que uma mania torna-se uma necessidade incontestável, já que minha especialidade é perdê-los e ficar frustrada quando só encontro um brinco de cada par;
11) viver mudando a disposição dos móveis da casa, porque só de pensar na palavra 'rotina' já tenho calafrios, e não aguento nada igual por muito tempo - ainda bem que isso não se aplica aos assuntos do coração (o Re agradece!);
12) fotos: adoro ver, guardar, rever, relembrar - indícios da minha alma indubitavelmente saudosista;
13) bater três vezes na madeira mais próxima quando digo ou penso - ou alguém ao meu lado diz ou pensa - algo que não quero que aconteça;
14) cantar - no chuveiro, enquanto lavo louça, para fazer as meninas dormirem, andando na rua, para passar o tempo;
15) espreguiçar-me longamente quando acordo, antes de levantar da cama - mania que tem sido deixada de lado graças às minhas lindas pimentinhas, que me chamam do quarto ao lado com seus sonzinhos irresistíveis;

Lu, tá feito! Agora, convido a Thaís, a Raquel e a Camilinha a confessarem suas manias mais secretas.
Quem viver, verá!

PS: o título do post é um resquício de uma época negra da minha vida, algo que envolve rodas de pagode e que prefiro - deliberadamente - esquecer. Abstraiam, por favor!

sexta-feira, março 3

Releio o bichinho aí ao lado, nove anos após a primeira leitura.
É um barato perceber como a gente cresce, aprende, amadurece e desvenda ao longo dos anos, e como essas experiências mudam a nossa forma de se relacionar com o mundo.
Ter a oportunidade de um reencontro com uma obra de arte depois de um tempo é uma experiência pra lá de bacana. A obra adquire novos contextos, novos significados, novos desdobramentos. Novas curvas e novas nuances (um parênteses: falo, é claro, de arte de qualidade, que obra de arte medíocre se esgota rapidinho, na primeira leitura; aliás, no mais das vezes, nos primeiros minutos).
O fato é que ler, hoje, o dito cujo aí de cima, está sendo uma oportunidade bárbara. De reconhecer a obra e entender o que ela significa para quem eu sou hoje. De desvendar pela primeira vez um universo que já conheço, por mais paradoxal que possa parecer. De descobrir o texto e me redescobrir, como ao mirar a mim mesma num espelho multiforme. Uma oportunidade deliciosa de enxergar, através das letras do texto, o que eu era. E de compreender melhor o que sou, e o que significa ser o que sou.
Estou adorando descobrir uma supresa por trás de cada trecho, de cada frase, de cada ponto. Surpresas a respeito do livro, do autor, da estória. E a meu próprio respeito, também.
É que, nove anos atrás, eu era outra. Um universo me separa de quem eu era. Mas a palavra escrita nos aproxima, nos reconcilia.
Espero ainda ter a oportunidade de reler esse bichinho uma infinidade de vezes. E descobrir mais e mais esquinas e desvios.
Os de Kafka e os meus.
Aliás, estes principalmente.

quinta-feira, março 2

fui à feira



Não comprei enroladinho.
Nenhum menino me piscou.
É. Esse mundo está mesmo de ponta-cabeça.

quarta-feira, março 1




O melhor do meu carnaval não teve nada a ver com folia, marchinhas, confetes ou serpentinas. Bem distante disso.
Tarde de segunda-feira, São Paulo tranquilamente abandonada, cinema sessão das duas, balde gigante de pipoca fresquinha, companhia deliciosa do meu amor, mãos dadas, chamego, momentos a dois como há muito não tínhamos.
Depois do cinema, caminhada com muito papo, sorvete de casquinha, carinho, beijo na boca. Delícia.
Foi bom demais tirar uma folguinha, deixar as meninas com a babá (aliás, elas ficaram muito bem, obrigada - duas mocinhas independentes!) e curtir um pouco nós dois. Assim, só nós dois.
A 'síndrome da culpa materna' não me acometeu, não. Curto minhas meninas, curti também nossos momentos a dois. Para algumas coisas, eu sou uma criatura bastante simples.
Para melhorar, o retorno triunfal aos braços lânguidos da sétima arte não podia ter se dado com um filme melhor: "O Jardineiro Fiel", direção do brasileiríssimo Fernando-"Cidade de Deus"-Meirelles, atuações interessantíssimas de Ralph Fiennes e Rachel Weisz.
O filme: verdadeiro, revoltante, triste, poético. Bárbaro. Recomendo sem titubear. Ótimo para quem quiser dar um chega pra lá na ingenuidade e pensar criticamente certas políticas hediondas praticadas pelos laboratórios farmacêuticos mundo afora. Estou até pensando em fazer um adesivo, algo assim como: "sim, eu acredito em 'O jardineiro fiel'".

Teve ainda, no sábado, a primeira vez das meninas no circo. Gostaram dos palhaços, dos malabaristas. Os trapezistas, ignoraram solenemente. Estrela riu, dançou, chacoalhou. Ana Luz pulou e bateu palminha.

Esse carnaval rendeu.
Ô, coisa boa.