quarta-feira, março 1




O melhor do meu carnaval não teve nada a ver com folia, marchinhas, confetes ou serpentinas. Bem distante disso.
Tarde de segunda-feira, São Paulo tranquilamente abandonada, cinema sessão das duas, balde gigante de pipoca fresquinha, companhia deliciosa do meu amor, mãos dadas, chamego, momentos a dois como há muito não tínhamos.
Depois do cinema, caminhada com muito papo, sorvete de casquinha, carinho, beijo na boca. Delícia.
Foi bom demais tirar uma folguinha, deixar as meninas com a babá (aliás, elas ficaram muito bem, obrigada - duas mocinhas independentes!) e curtir um pouco nós dois. Assim, só nós dois.
A 'síndrome da culpa materna' não me acometeu, não. Curto minhas meninas, curti também nossos momentos a dois. Para algumas coisas, eu sou uma criatura bastante simples.
Para melhorar, o retorno triunfal aos braços lânguidos da sétima arte não podia ter se dado com um filme melhor: "O Jardineiro Fiel", direção do brasileiríssimo Fernando-"Cidade de Deus"-Meirelles, atuações interessantíssimas de Ralph Fiennes e Rachel Weisz.
O filme: verdadeiro, revoltante, triste, poético. Bárbaro. Recomendo sem titubear. Ótimo para quem quiser dar um chega pra lá na ingenuidade e pensar criticamente certas políticas hediondas praticadas pelos laboratórios farmacêuticos mundo afora. Estou até pensando em fazer um adesivo, algo assim como: "sim, eu acredito em 'O jardineiro fiel'".

Teve ainda, no sábado, a primeira vez das meninas no circo. Gostaram dos palhaços, dos malabaristas. Os trapezistas, ignoraram solenemente. Estrela riu, dançou, chacoalhou. Ana Luz pulou e bateu palminha.

Esse carnaval rendeu.
Ô, coisa boa.