terça-feira, março 14

Se me perguntarem qual é o meu maior defeito, não vou precisar nem de tempo para pensar. Tenho a resposta na ponta da língua: minha insegurança.
É uma coisa que venho tentando vencer, desde há muito tempo. Uma batalha nada fácil, disso eu sei muito bem. Mas até que tenho tido algumas vitórias. Acredito muito mais em mim hoje do que acreditava há dez anos. Vixe. A diferença é descomunal. Se eu contasse, diriam que são duas pessoas diferentes. E na verdade são.
Mas em certas situações, eu me distraio, baixo a guarda e ela vem. Passa-me uma rasteira daquelas e eu caio direto, de cara no chão. Os danos são grandes, mas não irreparáveis. Que levantar e dar a volta por cima é meu lema de vida, e disso eu não abro mão.
Um dos meus grandes desejos de vida é superar essa sombra, essa nuvem cinzenta que se abate sobre mim em momentos de fragilidade. Que me faz sentir menos, menor. Que me oprime e me aperta o peito, de tal forma que chega a faltar-me o ar e a vontade de me encolher e esconder fica maior do que todo o resto.
Um dos meus grandes desejos é mirar a vida e os outros de frente e poder sentir-me eu mesma. Apenas isso: eu mesma. Sem equivalências, sem comparações. Eu, comigo. Não melhor, pior, mais ou menos que ninguém. Apenas eu mesma, embriagada de meu próprio infinito.
Alguns passos eu já dei, outros venho dando. Mas a estrada que tenho pela frente ainda é jornada para muito tempo.
Só que eu sei que chego lá. Sim, nisso eu acredito, e acreditar já torna a caminhada mais suave, mais doce, mais florida.
Estar aprendendo a dar cada passo sem olhar para o lado pedindo aprovação já é uma grande coisa para mim. Estar aprendendo a conhecer, aceitar e abrir os braços para quem eu sou, também. É um presente divino. Batalhei por ele, mas nem por isso deixa de ser um presente. E nem por isso deixa de ser divino.
Eu consegui. E me foi dado. Mas só me foi dado porque eu consegui.
E muito mais ainda hei de conseguir.
E muito, muito mais há de me ser dado.
Simples assim.
Simples, e lindo.