terça-feira, janeiro 17

Ser mãe é divertido pra caramba porque...

... exercito diariamente os limites da minha criatividade, criando vozes, caretas e movimentos que chamem a atenção e distraiam minhas pequenas em momentos complicados, de sono, irritação ou cansaço;
... as coisas mais elementares parecem adquirir um significado e uma graça totalmente singulares: um sonzinho diferente feito com a boca, um movimento curioso das mãos, uma reles cambalhota de surpresa no colchão ou um sorriso maroto de canto de lábio, pequenos detalhes cotidianos que me fascinam, encantam e enternecem;
... reaprendo a me surpreender e divertir com bichinhos que fazem barulho, piscam luzinhas ou fazem movimentos curiosos, e a achar um barato vê-los repetindo sua cantilena infantil ad infinitum;
... redescubro a magia de encaixar formas em espaços, jogar bolas e vê-las rolar, sacudir chocalhos e me entreter com o barulhinho interessante que fazem;
... acho uma delícia poder acompanhar cada passo de pequenos pezinhos que tem uma vida inteira pela frente;
... sei que a atividade pode até ser cansativa, mas nunca, jamais, em tempo algum, será rotineira ou entediante;
... recrio, infinitamente e a todo instante, músicas, estorinhas, personagens, exercitando ao máximo meu espírito criador, desejando trazer sempre algo novo, que surpreenda minhas meninas;
... posso pegar uma bebê entediada nos braços e sair dançando pela sala, na certeza de que, logo em seguida, verei um gracioso sorriso divertido e sentirei pequenos bracinhos me segurando com força;
... faz a vida mais colorida, mais interessante, mais cheia de som, de movimento, de intensidade;
... relembro a cada dia o prazer de rolar no chão, de rir sem motivo, de gritar sons sem sentido;
... um dia passa a nunca, mas nunca mesmo, ser igual ao outro;
... tenho a sorte de levantar todas as manhãs, ir até o quarto ao lado e ser presenteada com um lindo sorriso de bom-dia, com sonzinhos doces e delicados, com olhares de reconhecimento e carinho que têm o poder mágico de derrubar qualquer mau humor matinal;
... reaprendo a descobrir a mágica da vida nas coisas cotidianas, quando vejo o mundo refletido em quatro lindos olhinhos brilhantes, sedentos e curiosos;
... posso ser criança novamente e voltar a acreditar em papai noel, coelhinho da páscoa e fada madrinha;
... ouço a mesma música incontáveis vezes, sabendo que verei sempre, aos primeiros acordes, o mesmo sorriso de surpresa, a mesma expressão extasiada, a mesma alegria de duas pequenas criaturinhas que se divertem pulando ritmicamente;
... posso curtir o infinito prazer de saborear uma gargalhada que vem sempre fresca, sincera, inteira, não importa quantas e quantas vezes eu repita a mesma brincadeira;
... sinto-me revigorada, rejuvenescida, renovada, cada vez que descubro algo de mim nas minhas pequenas;
... dá um barato melhor que qualquer viagem e que não passa com o tempo;
... revira a nossa vida de cabeça para baixo e, mesmo assim, a gente não trocaria por nada no mundo;
... é simplemente bárbaro, incrível, extraordinário mesmo, que eu possa ver materializado, em duas criaturinhas divertidas e sapecas, o sentimento mais especial, intenso e infinito que já conheci na vida;
... me dá a certeza, a cada segundo, de que eu nasci pra isso;
... me faz crescer, o que também pode ser muito divertido, quando a gente aprende a curtir o processo;
... faz com que eu me compreenda melhor, me redescubra, me reinvente;
... é bom. Muito, muito bom. Infinitamente bom. Obsceno, de tão bom.
Bom demais da conta.