terça-feira, maio 23

de agora em diante



É que a estrada nem sempre é fácil, e o medo é parte indissociável da caminhada humana. E quando a gente cai e quebra a cara no chão, fica com medo de seguir adiante, porque a próxima queda talvez seja fatal.
É que a gente luta por coisas que valem a pena, a gente não desiste quando o que está em jogo é tão importante. Mas a força e a esperança são matérias finitas, infelizmente. E o meu medo é que chegue a hora de desistir. Que não quero desistir.
É que quando as nuvens ficam assim tão cinzas e apagam o sol, a gente perde a energia. E fica tristinho, amuado num canto, assim sem vontade de erguer os olhos porque parece que não tem nada para ver.
É que às vezes a gente perde mesmo a coragem, se esconde por trás de uma montanha de defeitos e complicações, sem perceber que pode fugir de tudo, mas nunca de nós mesmos. Ou de quem vive dentro da gente.
É que a vida tem horas que é uma complicação mesmo, assim como um labirinto que a gente nunca que encontra a saída. Mas é nessas horas que a gente precisa erguer a cabeça e enxergar o infinito, porque ver além das paredes e barreiras é matéria de sonho, alimento para a alma.
É que acordei sem saber por que caminho ir. Por aqui ou por ali. De repente, o medo de que nenhum dos dois me leve aonde eu quero ir.
É que de susto percebi que estou longe de ter todas as respostas. Se nem todas as perguntas eu sei quais são.
Fosse eu um avestruz, podia pelo menos enfiar a cabeça debaixo da terra. Sendo eu essa pessoa confusa e atrapalhada, nem isso eu tenho.
Só eu e esse monte de nós a desatar.

O último a sair, favor apagar a luz.