a vez da vida, ou a vida da vez

Às vezes, a vida se torna pouco para mim. Para tudo o que desejo, tudo o que sonho, tudo o que anseio. Que anseio demais. Que quero ir sempre mais longe, sempre adiante do que me levam meus pequenos pés.
Às vezes, o medo se esconde e tudo o que eu desejo é que aconteça logo o furacão, que seja logo a mudança, e que tudo saia de seus lugares corretos. Que a casa fique uma bagunça e eu não deseje mais do que admirar a doce confusão dos grandes sentimentos.
Às vezes, de miúda fico grande, de fraca fico forte, de acanhada fico atirada. Permito-me ser outra: uma que ousa mais, arrisca mais, reflete menos. Muito menos.
Às vezes, olho-me no espelho e me dou o direito de simplesmente dizer sim. Que sim. E sim.
Às vezes, não me importo que venha chuva, ou sol, ou vento. Abro os braços e aceito. E sou feliz com o que me chega.
Às vezes, eu apenas quero. Quero muito mais que o possível. Quero todo o inimaginável. Quero todo o intangível.
Às vezes, eu vivo. Simplesmente, e só.
E é bom.
Sim, é bom.
Sim.
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